Reclusos foram batizados e crismados

No seguimento da atividade “Surfistas do Amor”, promovida pelos Samaritanos em abril, em consequência do desafio do Papa Francisco, no dia 6 de junho, o Espírito Santo voltou a so- prar no Estabelecimento Prisional de Jovens em Leiria.

Quatro jovens reclusos foram chamados pelo Senhor ao Batismo e ao Crisma, tornan- do-se veículos do Seu amor. Com coragem e um coração cheio de alegria, disseram “sim”. O Senhor olha para o coração das pessoas e não para as suas fragilidades, como dizia D. José Or- nelas na homilia: “Quem nunca pecou que atire a primeira pedra...”. O caminho destes jovens não foi fácil. Nestes meios, é preciso ter cora- gem para se afirmar como seguidor de Cristo. Apesar de alguns obstáculos encontrados, com a ajuda dos Samaritanos, estes jovens foram construindo o caminho para o Senhor. AReclusos foram batizados e crismados tarefa que recai sobre eles vai exigir muita fé e perse-

verança. É com os jovens que a ação da Igreja se rejuvenesce e dinamiza, mobilizando todos aqueles que desejam encontrar-se com o Se- nhor – o Caminho, a Verdade e a Vida. Cabe aos Samaritanos acompanhar, apoiar e ajudar estes jovens a cumprir o que prometeram.

Na sequência do reconhecimento da ação dos Samaritanos junto deles, um recluso agra- ciou-nos com uma oferta monetária que nos sensibilizou.

Somos uma Igreja em crescimento.

No fim da cerimónia, todos, desde as chefias do estabelecimento aos guardas prisionais, in- cluindo amigos, familiares e os Samaritanos, promoveram uma linda festa de convívio.

DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELA SANTIFICAÇÃO DOS SACERDOTES

Nota pastoral da Comissão episcopal vocações e ministérios

No dia 7 de junho, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, decorre o Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes. Este ano, quando nos preparamos para o grande Jubileu de 2025, o Jubileu da Esperança. O Papa Francisco sugere-nos a centralidade da oração individual e comunitária “para recuperar o desejo de estar na presença do Senhor, de O escutar e de O adorar”. Trata-se de uma atitude, não centrada sobre nós próprios, mas aberta a Deus e aos outros, através da oração que não nos fecha, mas que nos dispõe a acolher a surpresa e a novidade da Esperança de Deus que Se fez humano há 2025 anos.

Ao rezarmos pela santificação dos sacerdotes, avivamos a nossa vocação de cristãos em chave missionária. Fomos chamados não para nós próprios, não para os nossos amigos ou familiares, não para os nossos preferidos, mas para um serviço a todos. É esta visão que nos mantém próximos e pertença do povo a quem somos enviados. Não como superiores ou proprietários dos outros, mas como membros do mesmo rebanho, com quem caminhamos juntos e todos seguidores do Único Pastor, que é Jesus Cristo.

A santificação do sacerdote e do pastor passa muito por este sentido, de nos reconhecermos também como ovelhas pela graça batismal, que não nos afasta, mas que nos permite resistir às seguranças mundanas e à tentação do poder. Rezar aproxima-nos mais de Jesus, modelo de pastor e da santificação.

Comunidades, famílias, paróquias, rezemos todos pela santificação dos sacerdotes, pois estamos a rezar pela santificação de todo o rebanho. A oração há de ajudar-nos a permanecer no Senhor e a libertarmo-nos da tentação de perseguir obstinadamente os êxitos pastorais, uma vez que na vida de Jesus estes iam diminuindo à medida que Ele caminhava para a cruz, este sim, sinal universal da esperança que não engana. É na cruz que se renova a santidade e é da cruz que brota a força para seguirmos pelo caminho da santidade, que se alcança no dia a dia e não de uma vez para sempre. Esta é uma luta que nunca está vencida nesta terra. A esperança cristã, a fecundidade da Igreja e a vitalidade do sacerdócio vêm da cruz.

Estejamos todos perto da cruz de Jesus, o nosso Senhor, não para brilhar, mas para nos deixarmos incendiar pelo fogo do amor que sempre abre o caminho para a santidade.

 

+D. Vitorino José Pereira Soares,

Presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios

ORAÇÃO

Senhor Jesus, nossa Esperança,
Dá-nos pastores que, primeiro, sejam cristãos.
Senhor Jesus, nossa Esperança,
Que os pastores que anseiam ser chamados pastores,
cumpram as suas funções de pastores.

Que os pastores digam coisas verdadeiras,
mas que não digam as suas coisas.

Que os pastores alimentem o rebanho,
antes de se alimentarem a si próprios.
Que os pastores fortaleçam as ovelhas mais fracas,
curem as mais doentes e procurem as mais afastadas.
Que os pastores não busquem o seu interesse, mas o teu.

Que os pastores estejam unidos ao único Pastor que és Tu
e assim haja uma só voz.

Que os pastores se deixem enamorar por Ti
e assim possam dar a vida pelo teu amor.
Senhor Jesus, nossa Esperança,
Que todos os pastores permaneçam abertos ao “mais” que Tu pedes
e assim sejam marca de santidade.
Ámen.

Conclusões do 5.º Congresso Eucarístico Nacional

De 31 de maio a 2 de junho de 2024, realizou-se em Braga, nos dias seguintes à Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue do Cristo, o 5.º Congresso Eucarístico Nacional (CEN) por ocasião dos 100 anos da sua primeira edição. Com o tema “Partilhar o Pão, alimentar a Esperança. «Reconheceram-n’O ao partir o Pão»”, o congresso reuniu cerca de 1400 participantes, 4 cardeais e 30 bispos, estando representadas todas as dioceses portuguesas. 

Ao longo de três dias, além de conferências, painéis com testemunhos eworkshops, tiveram lugar relevantes momentos celebrativos e culturais: Eucaristia, adoração, laudes, vésperas, oração do terço, cantata eucarística, exposição e uma peregrinação a pé ao Santuário do Sameiro onde a Eucaristia de encerramento foi presidida pelo cardeal JoséTolentino de Mendonça, delegado do Papa Francisco ao 5.º CEN. 

Estes foram dias festivos em que a Igreja em Portugal se reuniu para refletir e rezar a centralidade da Eucaristia na vida dos crentes e amissão confiada a cada um que comunga o Corpo de Jesus, de ser esperança no mundo e para o mundo, numa época desafiante e de vertiginosas transformações. 

Em ano de oração convocado pelo Papa e em pleno processo sinodal, depois da JMJ Lisboa 2023 e antes do Jubileu de 2025 – “Peregrinos da Esperança” – saem deste congresso algumas linhas orientadoras para a Igreja em Portugal: 

1. Redescobrir que a centralidade eucarística vai para além do Domingo. A Eucaristia deve ser preparada e celebrada comoverdadeiro encontro com Cristo Ressuscitado, evitando que seja apenas o cumprimento de um preceito. Para uma presença alegre, consciente, ativa e frutuosa da celebração urge uma mais cuidada formação litúrgica.

2. Manter as igrejas abertas e revalorizar a adoração eucarística. Os horários de abertura das igrejas devem ser adequados ao ritmo do mundo de hoje, procurando estimular os momentos de oração pessoal e envolver os leigos, confrarias do Santíssimo Sacramento, catequistas e demais agentes pastorais na dinamização dos momentos de adoração eucarística comunitária.

3. Procurar o equilíbrio entre a Tradição e a necessidade de introduzir novas linguagens na liturgia, integrando os jovens nesse processo de renovação e adequando a espiritualidade cristã aos ambientes digitais e ao mundo secularizado. 

4. Reforçar a Eucaristia como escola de fraternidade e sacramento de unidade. O encontro comunitário na celebração do Domingo ultrapassa todas as fronteiras. Ao partilhar o pão, na mesa do altar, tornamo-nos companheiros de caminho e somos chamados a criar comunhão. A Eucaristia convoca todos, está aberta a todos e não afasta ninguém.

5. Garantir a autenticidade e coerência entre o que se vive e anuncia. Quem participa, celebra e comunga tem de se sentir comprometido e impelido à missão. A Eucaristia celebrada na igreja tem de ser expressa para além das suas portas, através das respostas reais às necessidades concretas das pessoas, estendendo o seu abraço a todos, especialmente aos mais pobres, indefesos e os que estão afastados. 

6. Assumir a sinodalidade a partir da Eucaristia como lugar onde a Igreja se renova na comunhão, na participação e na missão.

7. Ser sinal de Esperança. O amor dos crentes à Eucaristia acreditada, celebrada, adorada e vivida consolida a fraternidade, promove o perdão e a paz, tornando-se fonte inesgotável de esperança para o mundo.

Ao realizar o 5.º Congresso Eucarístico Nacional fica também patente o desejo de uma periodicidade mais regular na sua realização, esperando que seja um contributo para a construção da paz, da esperança e um veemente apelo à promoção de uma ecologia integral.

Confiamos a Maria, Mãe da Esperança, os bons frutos deste Congresso para que a Igreja em Portugal seja cada vez mais eucarística, samaritanae mariana.

Braga, 2 de junho de 2024

Nota da Conferência Episcopal Portuguesa

Jubileu 2025: Celebrar o Ano de Oração

1. Em preparação da celebração do Jubileu 2025 sob o lema “Peregrinos de Esperança”, o Papa Francisco convocou toda a Igreja para viver o “Ano da oração” ao longo de 2024. O Dicastério para a Evangelização preparou oito “Apontamentos sobre a Oração” como apoio à vivência deste ano.

2. A Conferência Episcopal Portuguesa, em cooperação com as Edições Paulinas, a Agência Ecclesia e o Departamento de Comunicação do Patriarcado de Lisboa, vai divulgar os temas em oito fascículos, acompanhados de folhetos pedagógicos para ajudar à reflexão.

3. De maio a dezembro deste ano serão divulgados os temas com catequeses a partir das dioceses, cujo bispo fará a reflexão alusiva ao tema. Iniciaremos às 21 horas do dia 28 de maio, com a catequese proferida por D. Rui Valério, Patriarca de Lisboa, sobre “Rezar hoje”. A catequese, que se vai realizar na Igreja de Santa Joana Princesa (Rua dos Lagares d’El-Rei, 1, Lisboa), pode ser acolhida presencialmente ou acompanhada por via digital através do canal Youtube da Agência Ecclesia.

4. Proximamente serão anunciadas as dioceses para as catequeses seguintes: “rezar com os Salmos (junho); a oração de Jesus (julho); rezar com os santos e pecadores (agosto); as parábolas da oração (setembro); A Igreja em oração (outubro); a oração de Maria e das santas que a encontraram (novembro); a oração que Jesus ensinou (dezembro).

Roma, 19 de maio de 2024, Solenidade do Pentecostes

Jubileu 2025

O que é o Jubileu

Jubileu” é o nome de um ano particular: parece derivar do instrumento que se usava para indicar o seu início; trata-se do yobel, o chifre do carneiro, cujo som anuncia o Dia da Expiação (Yom Kippur). Esta festa recorre a cada ano, mas assume um significado especial quando coincide com o início do ano jubilar. Encontramos uma primeira ideia disto na Bíblia: o ano jubilar tinha que ser convocada a cada 50 anos, já que era o ano “extra”, a mais, que se vivia cada sete semanas de anos (cf. Lv 25,8-13). Ainda que fosse difícil de realizar, foi proposto como ocasião para restabelecer uma correta relação com Deus, entre as pessoas e com a criação, e implicava a remissão de dívidas, a restituição de terrenos arrendados e o repouso da terra.

Citando o profeta Isaías, o evangelho segundo Lucas descreve desta forma também a missão de Jesus: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor” (Lc 4,18-19; cf. Is 61,1-2). Estas palavras de Jesus tornaram-se também ações de libertação e de conversão no quotidiano dos seus encontros e das suas relações.

Bonifácio VIII em 1300 proclamou o primeiro Jubileu, também chamado de “Ano Santo”, porque é um tempo no qual se experimenta que a santidade de Deus nos transforma. A sua frequência mudou ao longo do tempo: no início era a cada 100 anos; passou para 50 anos em 1343 com Clemente VI e para 25 em 1470 com Paulo II. Também há jubileus “extraordinários”: por exemplo, em 1933 Pio XI quis recordar o aniversário da Redenção e em 2015 o Papa Francisco proclamou o Ano da Misericórdia. A forma de celebrar estes anos também foi diferente: na sua origem, fazia-se a visita às Basílicas romanas de São Pedro e São Paulo, portanto uma peregrinação, mais tarde foram-se acrescentando outros sinais, como a Porta Santa. Ao participar no Ano Santo, vive-se a indulgência plenária.


CARTA DO PAPA FRANCISCO
AO ARCEBISPO RINO FISICHELLA PELO JUBILEU 2025

Ao amado Irmão 

Arcebispo RINO FISICHELLA

Presidente do Pontifício Conselho
para a Promoção da Nova Evangelização

O Jubileu representou sempre na vida da Igreja um acontecimento de grande relevância espiritual, eclesial e social. Desde que Bonifácio VIII, em 1300, instituiu o primeiro Ano Santo – com recorrência centenária, passando depois, segundo o modelo bíblico, a cinquentenária e por fim fixada de vinte e cinco em vinte e cinco anos –, o fiel e santo povo de Deus viveu esta celebração como um dom especial de graça, caraterizado pelo perdão dos pecados e, em particular, pela indulgência, expressão plena da misericórdia de Deus. Os fiéis, frequentemente no final duma longa peregrinação, dessedentam-se no tesouro espiritual da Igreja atravessando a Porta Santa e venerando as relíquias dos Apóstolos Pedro e Paulo guardadas nas Basílicas romanas. Milhões e milhões de peregrinos, ao longo dos séculos, vieram até estes lugares sagrados dando vivo testemunho da fé de sempre.

O Grande Jubileu do ano 2000 introduziu a Igreja no terceiro milénio da sua história. Tanto o aguardou e desejou São João Paulo II, com a esperança de que todos os cristãos, superadas as divisões históricas, pudessem celebrar juntos os dois mil anos do nascimento de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade. Agora aproxima-se a meta dos primeiros vinte e cinco anos do século XXI, e somos chamados a realizar uma preparação que permita ao povo cristão viver o Ano Santo em todo o seu significado pastoral. Neste sentido, constituiu uma etapa significativa o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, que nos permitiu redescobrir toda a força e ternura do amor misericordioso do Pai a fim de, por nossa vez, sermos testemunhas do mesmo.

Mas, nos últimos dois anos, não houve nação que não tenha sido transtornada pela inesperada epidemia que, além de nos ter feito tocar de perto o drama da morte na solidão, a incerteza e o caráter provisório da existência, modificou o nosso modo de viver. Como cristãos, sofremos juntamente com todos os irmãos e irmãs os mesmos sofrimentos e limitações. As nossas igrejas estiveram fechadas, bem como as escolas, as fábricas, os escritórios, as lojas e os locais dedicados ao tempo livre. Todos vimos algumas liberdades limitadas e a pandemia, além do sofrimento, por vezes suscitou no íntimo de nós mesmos a dúvida, o medo, a perplexidade. Os homens e mulheres de ciência encontraram, com grande celeridade, um primeiro remédio que permite regressar pouco a pouco à vida quotidiana. Temos plena confiança de que a epidemia possa ser superada e o mundo volte a ter os seus ritmos de relações pessoais e de vida social. Isto será conseguido mais facilmente se agirmos com solidariedade efetiva de modo que não sejam negligenciadas as populações mais carentes, mas se possa partilhar com todos quer as descobertas da ciência quer os medicamentos necessários.

Devemos manter acesa a chama da esperança que nos foi dada e fazer todo o possível para que cada um recupere a força e a certeza de olhar para o futuro com espírito aberto, coração confiante e mente clarividente. O próximo Jubileu poderá favorecer imenso a recomposição dum clima de esperança e confiança, como sinal dum renovado renascimento do qual todos sentimos a urgência. Por isso escolhi o lema Peregrinos de esperança. Entretanto tudo isto será possível se formos capazes de recuperar o sentido de fraternidade universal, se não fecharmos os olhos diante do drama da pobreza crescente que impede milhões de homens, mulheres, jovens e crianças de viverem de maneira digna de seres humanos. Penso de modo especial nos inúmeros refugiados forçados a abandonar as suas terras. Que as vozes dos pobres sejam escutadas neste tempo de preparação para o Jubileu que, segundo o mandamento bíblico, restitui a cada um o acesso aos frutos da terra: «O que a terra produzir durante o seu descanso, servir-vos-á de alimento, a ti, ao teu escravo, à tua serva, ao teu jornaleiro e ao inquilino que vive contigo. Também o teu gado, assim como os animais selvagens da tua terra, poderão alimentar-se com todos esses frutos» (Lv 25, 6-7).

Por conseguinte, que a dimensão espiritual do Jubileu, que convida à conversão, se combine com estes aspetos fundamentais da vida social, de modo a constituir uma unidade coerente. Sentindo- nos todos peregrinos na terra onde o Senhor nos colocou para a cultivar e guardar (cf. Gn 2, 15), não nos desleixemos, ao longo do caminho, de contemplar a beleza da criação e cuidar da nossa casa comum. Almejo que o próximo Ano Jubilar seja celebrado e vivido também com esta intenção. Com efeito, um número cada vez maior de pessoas, incluindo muitos jovens e adolescentes, reconhece que o cuidado da criação é expressão essencial da fé em Deus e da obediência à sua vontade.

Confio-te, amado Irmão, a responsabilidade de encontrar as formas adequadas para que o Ano Santo possa ser preparado e celebrado com fé intensa, esperança viva e caridade operosa. O Dicastério que promove a nova evangelização saberá fazer deste momento de graça uma etapa significativa na pastoral das Igrejas Particulares, latinas e orientais, que nestes anos são chamadas a intensificar o empenho sinodal. Nesta perspetiva, a peregrinação rumo ao Jubileu poderá reforçar e exprimir o caminho comum que a Igreja é chamada a empreender para ser, cada vez mais e melhor, sinal e instrumento de unidade na harmonia das diversidades. Será importante ajudar a redescobrir as exigências da vocação universal à participação responsável, valorizando os carismas e ministérios que o Espírito Santo não cessa jamais de conceder para a construção da única Igreja. As quatro Constituições do Concílio Ecuménico Vaticano II, juntamente com o magistério destes decénios, continuarão a orientar e guiar o santo povo de Deus, a fim de que progrida na missão de levar a todos o jubiloso anúncio do Evangelho.

Como é costume, a Bula de Promulgação, que será emanada no devido tempo, conterá as indicações necessárias para celebrar o Jubileu de 2025. Neste tempo de preparação, desde já me alegra pensar que se poderá dedicar o ano anterior ao evento jubilar, o 2024, a uma grande «sinfonia» de oração. Oração, em primeiro lugar, para recuperar o desejo de estar na presença do Senhor, escutá-Lo e adorá-Lo. Oração, depois, para agradecer a Deus tantos dons do seu amor por nós e louvar a sua obra na criação, que a todos compromete no respeito e numa ação concreta e responsável em prol da sua salvaguarda. Oração, ainda, como voz de «um só coração e uma só alma» (cf. At 4, 32), que se traduz na solidariedade e partilha do pão quotidiano. Oração, além disso, que permita a cada homem e mulher deste mundo dirigir-se ao único Deus, para lhe expressar tudo o que traz no segredo do coração. E oração como via mestra para a santidade, que leva a viver a contemplação inclusive no meio da ação. Em suma, um ano intenso de oração, em que os corações se abram para receber a abundância da graça, fazendo do «Pai Nosso» – a oração que Jesus nos ensinou – o programa de vida de todos os seus discípulos.

Peço à Virgem Maria que acompanhe a Igreja no caminho de preparação para o acontecimento de graça que é o Jubileu e, agradecido, envio-te de coração, a ti e aos colaboradores, a minha Bênção.

Roma, São João de Latrão, na Memória de Nossa Senhora de Lurdes, 11 de fevereiro de 2022.


Francisco


Introdução do Papa Francisco aos subsídios sobre a oração

A oração é a respiração da fé, é a sua expressão mais própria. É uma espécie de grito silencioso que sai do coração de quem acredita e se entrega a Deus. Não é fácil encontrar palavras para exprimir este mistério. Quantas definições de oração podemos ir buscar aos Santos e aos Mestres de espiritualidade, como também às reflexões dos teólogos! Ainda assim, a oração pode ser descrita sempre e apenas na simplicidade de quem a vive. Além disso, o Senhor advertiu-nos que, quando rezamos, não devemos dizer muitas palavras, iludindo-nos que, por isso, seremos escutados. Ensinou-nos a preferir o silêncio e a confiar-nos ao Pai, que bem conhece as coisas de que precisamos, ainda antes de lhas pedirmos (cf. Mt 6,7-8).

O Jubileu Ordinário de 2025 está aí à porta. Como podemos preparar-nos para este acontecimento tão importante para a vida da Igreja, a não ser através da oração? O ano de 2023 foi destinado à redescoberta dos ensinamentos conciliares, sobretudo os que estão contidos nas quatro Constituições do Vaticano II. É uma maneira de mantermos viva esta herança que os Padres reunidos no Concílio quiseram depositar nas nossas mãos, para que, através da sua concretização, a Igreja pudesse rejuvenescer o seu rosto e anunciar a beleza da fé aos homens e às mulheres do nosso tempo, com uma linguagem adequada.

Agora é o momento de preparar o ano de 2024, que será totalmente dedicado à oração. Com efeito, no nosso tempo, vamos sentindo cada vez mais necessidade de uma verdadeira espiritualidade, capaz de responder às grandes questões com as quais nos vamos deparando todos os dias, provocados também por um cenário mundial que não é nada sereno: a crise ecológico-económico-social, agravada pela recente pandemia; as guerras, especialmente na Ucrânia, que semeiam morte, destruição e pobreza; a cultura da indiferença e do descarte, tende a sufocar as aspirações de paz e de solidariedade e a colocar Deus à margem da vida pessoal e social… Estes fenómenos concorrem para geral um clima pesado, que impede muitas pessoas de viver com alegria e serenidade. Precisamos, por isso, que a nossa oração suba com maior insistência até ao Pai, para que escute a voz de todos os que a Ele se dirigem, confiantes de que serão atendidos.

Este ano dedicado à oração não pretende de todo prejudicar as iniciativas que cada Igreja particular considerar que deve projetar para o seu empenho pastoral quotidiano. Pelo contrário, este ano remete para o fundamento sobre o qual os vários níveis pastorais deveriam ser elaborados e encontrar a sua consistência. É um tempo para, tanto a nível pessoal como sob a forma comunitária, poder encontrar de novo a alegria de rezar na variedade das formas e das expressões. Um tempo significativo para incrementar a certeza da nossa fé e a confiança na intercessão da Virgem Maria e dos Santos. Enfim, um ano para fazer a experiência de uma espécie de “escola de oração”, sem tomar como óbvio ou por descontado, sobretudo no que diz respeito à nossa maneira de rezar, mas fazendo nossas, cada dia, as palavras dos discípulos quando pediram a Jesus: «Senhor, ensina-nos a rezar» (Lc 11,1).

Neste ano somos convidados a tornar-nos mais humildes e a dar espaço à oração que brota do Espírito Santo. É Ele que sabe colocar nos nossos corações e nos nossos lábios as palavras adequadas para sermos escutados pelo Pai. A oração no Espírito Santo é aquela que nos une a Jesus e consente que adiramos à vontade do Pai. O Espírito é o Mestre interior que indica o caminho a percorrer; graças a Ele, até a oração de uma só pessoa pode tornar-se oração de toda a Igreja, e vice-versa. Só a oração segundo o Espírito Santo faz com que os cristãos se sintam unidos como família de Deus, o qual sabe reconhecer as exigências de cada um para as transformar em invocação e intercessão de todos.

Tenho a certeza, neste ano, que os bispos, os sacerdotes, os diáconos, os catequistas hão de encontrar as modalidades mais adequadas para situar a oração na base do anúncio de esperança que o Jubileu 2025 pretende ecoar neste tempo difícil. Para isso, será muito precioso o contributo das pessoas consagradas, particularmente das comunidades de vida contemplativa. Faço votos de que, em todos os Santuários do mundo, lugares privilegiados para a oração, se promova iniciativas para que cada peregrino encontre um oásis de serenidade e regresse com o coração o coração cheio de consolação. Que a oração pessoa e comunitária se torne incessante, sem interrupção, em conformidade com a vontade do Senhor Jesus (cf. Lc 18,1), para que o Reino de Deus se estenda e o Evangelho chegue a todas as pessoas que suplica por amor e perdão.

Para favorecer este ano da Oração, soram preparados alguns breves textos que, na simplicidade da sua linguagem, deverão ajudar a entrar nas várias dimensões da oração. Agradeço aos autores pelo seu contributo e, de bom grado, coloco nas vossas mãos estes “Apontamentos”, para que cada pessoa redescubra a beleza de se confiar ao Senhor com humildade e com alegria. E não se esqueçam de rezar também por mim.

Festa do Credo

No passado sábado, dia 18 de maio, as crianças do 6° ano da catequese da Paróquia da Marinha Grande, participaram da Festa do Credo, uma celebração linda e cheia de emoção.

Comemoraram o fim de um ciclo, a catequese da infância.

Assim, as crianças partem para a catequese da adolescência com um grande agradecimento à comunidade, aos catequistas, aos padres, aos colegas e aos pais por todo acompanhamento e ensinamento que lhes transmitiram.

Durante estes anos, pais e crianças foram presenteados com a caminhada de fé num Jesus Cristo próximo, amigo e que nunca deixa ninguém de fora, afinal, estamos todos incluídos no Seu amor, como parte do projeto de Deus para a Humanidade.

Visita Ad Limina dos Bispos de Portugal – 20 a 24 de maio 2024

Breves notas sobre o sentido da visita “ad limina Apostolorum”

A visita “ad limina Apostolorum”, que significa no limiar, na soleira, na entrada, nos limites (das basílicas) dos apóstolos (Pedro e Paulo), é uma visita dos bispos diocesanos aos túmulos dos Apóstolos, na Diocese de Roma, a primeira de todas as Dioceses do mundo e onde está a Sé de Pedro, com quem se encontram na pessoa do Santo Padre.

A visita é feita com periodicidade quinquenal, ou seja, obrigatória a cada cinco anos. Evidentemente que isso depende muito da época e dos compromissos do Papa e do número de Bispos Católicos. Está prevista no Código de Direito Canônico nos seus cânones 399-400 (“o Bispo deve ir a Roma para venerar os sepulcros dos Apóstolos Pedro e Paulo e apresentar-se ao Romano Pontífice”).

Essa tradição salutar é uma graça de Deus que nos dá oportunidade de estar junto à Sé de Pedro como um voltar às fontes e às inspirações originais em tudo aquilo que significa esses locais. A presença nos locais históricos ajuda-nos a estar ainda mais unidos ao espírito inicial. Por isso, no seu cerne, é uma demonstração de afeto e de obediência ao sucessor de Pedro num reconhecimento visível de sua universal jurisdição sobre toda a orbe católico dentro de uma peregrinação dos bispos a Roma e com um encontro pessoal com o Santo Padre. Por sua vez, o Santo Padre demonstra afeto e solicitude para com todas as dioceses do mundo, dando-lhes conselhos e orientações.

Desde tempos remotos era costume que os bispos fizessem esta visita periódica ao Papa, em Roma. O caráter obrigatório das visitas foi expresso sob o Pontificado de Pascoal II (1099) e principalmente em decretos de Inocêncio III (1160). O ritmo atual das visitas está nas decretais do Papa São Pio X que, em dezembro de 1909, já pedia que os Bispos enviassem junto com a visita um relatório completo sobre o estado de suas dioceses.

Essa obrigatoriedade é contemplada hoje no Código de Direito Canônico: “o Bispo Diocesano tem obrigação de apresentar ao Sumo Pontífice, a cada cinco anos, um relatório sobre a situação da diocese que lhe está confiada” (can. 399). Nesse relatório, os bispos prestam contas das suas administrações ao Papa e à Santa Sé. É um relatório minucioso sobre a situação geral e o estado específico da diocese.

A periodicidade começa em 1911. Existia no passado certa organização quando nos primeiros cinco anos caberia aos bispos da Itália e aos bispos das ilhas da Córsega, Sardenha e Sicília e Malta; no segundo período aos bispos da Espanha, Portugal, França, Bélgica, Países Baixos, Inglaterra, Escócia e Irlanda; no terceiro período caberia aos Bispos do Império austro-húngaro e alemão e o resto da Europa; no quarto período aos bispos da América; e no quinto período aos bispos de África, Ásia, Austrália e ilhas adjacentes. Evidentemente que hoje depende muito das circunstâncias e das novas realidades.

Embora a obrigação da visita seja dos bispos titulares, estes, em geral, fazem-se acompanhar pelos bispos auxiliares.

Essa visita é uma visita de trabalho, de reuniões e de contatos que os bispos fazem junto da Santa Sé e dos seus diversos organismos, dicastérios e conselhos pontifícios.

Programa da Visita

Segunda-feira, 20 de maio de 2024

  • 09.30 – Secretaria Geral do Sínodo [Conselho Permanente, D. Virgílio Antunes]

  • 10.45 – Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica [Delegado da CEP para a Vida Consagrada, D. Rui Valério]

  • 15.30 – Dicastério para a Evangelização. 1.ª Secção, questões fundamentais da evangelização no mundo [Comissão Episcoapl da Educação Cristã e Doutrina da Fé, D. António Augusto]

  • 18.00 – SANTA MISSA na Basílica de S. Paulo Extramuros [Preside D. Virgílio Antunes]

  • 21.00 – Encontro com a Comunicação Social no Pontifício Colégio Português

Terça-feira, 21 de maio de 2024

  • 08.45 – Dicastério para os Bispos [Conselho Permanente, D. José Ornelas]

  • 10.30 – Dicastério para a Doutrina da Fé [Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, D. António Augusto]

  • 12.00 – Secretaria de Estado e Secção para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais [Conselho Permanente, D. Virgílio Antunes]

  • 16.15 – Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida [Comissão Episcopal do Laicado e Família, D. Nuno Almeida]

  • 18.30 – SANTA MISSA na Igreja de Santo António dos Portugueses [Preside Cardeal Manuel Clemente]

  • 20.00 – Jantar na Embaixada de Portugal junto da Santa Sé

Quarta-feira, 22 de maio de 2024

  • 07.00 – SANTA MISSA na Basílica de Santa Maria Maior (Preside Cardeal António Marto]

  • 09.15 – Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos [Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade, D. José Cordeiro]

  • 10.30 – Dicastério para a Cultura e a Educação [Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, D. António Augusto]

  • 11.45 – Dicastério para o Clero [Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios, D. Vitorino Soares]

  • 16.00 – Dicastério para a Comunicação [Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. Nuno Brás]

  • 18.30 – Encontro com a Comunicação Social no Pontifício Colégio Português

  • 21.15 – Reunião do Conselho Permanente

Quinta-feira, 23 de maio de 2024

  • 07.30 – SANTA MISSA na Basílica de São João de Latrão [Preside Cardeal Américo Aguiar]

  • 09.15 – Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral [Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, D. José Traquina]

  • 11.45 – Dicastério para a Evangelização – 2.ª Secção, Primeira evangelização [Comissão Episcoapl da Missão e Nova Evangelização, D. Armando Esteves]

  • 15.00 – Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica [Conselho Permanente]

  • 16.30 – Dicastério das Causas dos Santos [Comissão Episcopal da Liturgia e Espiritualidade, D. José Cordeiro]

  • 18.30 – Encontro com a Comunicação Social no Pontifício Colégio Português

Sexta-feira, 24 de maio de 2024

  • 07.15 – SANTA MISSA na Basílica de São Pedro [Preside D. José Ornelas]

  • 09.00 – Audiência com o Santo Padre [Conselho Permanente, D. José Ornelas]

  • 16.00 – Encontro com a Comunicação Social no Pontifício Colégio Português

Pe. Adelino Guarda, representa Portugal no Encontro Internacional de Párocos

Roma, 03 mai 2024 (Ecclesia) – O padre Adelino Guarda, da Diocese de Leiria-Fátima, viveu “uma experiência extraordinária” no encontro internacional de párocos, que decorreu em Roma, entre segunda e quinta-feira, por iniciativa do Vaticano, incluindo um encontro com o Papa.

“Poder ser ouvido é mais importante do que tudo aquilo que nós dissemos, e acho que faz todo sentido, se há um Sínodo sobre o que é um sínodo, que sejam ouvidos os párocos. Eu não diria representativos, porque não me sinto representar ninguém, mas que sejam ouvidos párocos do mundo inteiro faz todo sentido”, disse hoje o pároco de Aljubarrota, em declarações à Agência ECCLESIA.

O encontro internacional ‘Párocos para o Sínodo’ reuniu 200 sacerdote de todo o mundo, de mais de 100 países, nos arredores de Roma, para dialogar sobre o tema ‘Como ser uma Igreja local sinodal em missão’, no âmbito do Sínodo 2021-2024, fruto da primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos (outubro de 2023).

“Alguém na assembleia passada ter-se lembrado ‘nós precisamos ouvir os párocos’, isto é descer à terra, é a Igreja concretizar-se num lugar, isto é novo, é muito importante. E volto a dizer, ainda é mais importante do que tudo o que nós podemos dizer”, assinalou o padre Adelino Guarda, nomeado ao encontro pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP).

Os resultados da reunião vão contribuir para a elaboração do documento de trabalho (Instrumentum laboris) para a segunda sessão da Assembleia Sinodal (outubro 2024); o Vaticano apontou como objetivos do encontro “escutar e valorizar a experiência sinodal” que os sacerdotes vivem “nas suas respetivas paróquias e dioceses”.

O pároco de Aljubarrota, na Diocese de Leiria-Fátima, acrescentou que “é fundamental” tomar consciência que as comunidades de fiéis, que se realizam num lugar, e os párocos, “são realidades vitais na Igreja e que precisam de ser ouvidas, que precisam de ter vez, que precisam de ter voz”, e realça que “dizer ‘preciso ouvir’, já é um contributo para a assembleia”.

Esta iniciativa do Vaticano, que reuniu párocos de todo o mundo, decorreu à porta fechada, na ‘Fraterna Domus’, em Sacrofano, o sacerdote português partilha “foi uma experiência extraordinária uma experiência eclesial, e se é eclesial é sinodal”:

“Uma experiência de partilha, experiência de encontro, experiência de fé, experiência de escuta, experiência viva de celebração. Há coisas que são difíceis de traduzir”, acrescentou, salientando, também, que, para si, foi nova a experiência como viu a presença de “algumas pessoas – habitualmente, grandes figuras da Igreja, os grandes dignitários da Igreja – de forma simples”.

O padre Adelino Guarda, que dá “muitas graças a Deus pela experiência de partilha e de comunhão”, salienta que em Portugal existem problemas, “tantos”, a sua paróquia tem os problemas, “nunca mais acabam”, mas recorda que no seu grupo de trabalho existiam padres do leste da Europa, do Médio Oriente e África.

“Um padre que vem de Alepo, na Síria, ouço-o falar, o que é que são os meus problemas? Nada. Um padre vem da Bielorrússia, mas eu alguma vez tenho problemas! Um padre de Moçambique, onde é que estão os meus problemas aqui. Não é um problema, um desafio tremendo a vivência de um cristianismo aburguesado, autorreferencial, talvez”, destacou.

O encontro internacional ‘Párocos para o Sínodo’ terminou com uma audiência concedida pelo Papa, no Vaticano, Francisco escreveu também uma carta para os párocos de todo o mundo, divulgada pelo Vaticano, esta quinta-feira, onde convidou os participantes do encontro “a serem missionários de sinodalidade”.

“Como sempre, é uma carga de trabalho para nós, é uma carga de trabalho. Isto já existia, há aqui coisas novas mas não é nova, no sentido, o Papa inventou agora uma moda; o Papa, na carta, diz, convido, mas a nós, pessoalmente, diz, mando-vos, envio-vos como missionário de sinodalidade. Ele não brinca em serviço”, contou o pároco da Diocese de Leiria-Fátima, salientando que se vê em Francisco “um homem que, com as debilidades todas, não desiste”.

A Conferência Episcopal Portuguesa nomeou também o padre Sérgio Leal, da Diocese do Porto, como participante neste encontro internacional; o padre António Bacelar, da Diocese do Porto, foi como convidado da Secretaria-Geral do Sínodo.

O subsecretário do Sínodo dos Bispos, D. Luis Marín de San Martín, sublinhou que “o processo sinodal começa de baixo para cima” e que “a paróquia é, sem dúvida, um laboratório de sinodalidade”.

O padre Adelino Guarda realça que “a Igreja não é uma entidade abstrata”.

“A Igreja num determinado lugar é sinodal, é comunidade de fiéis e pároco como realidades constitutivas, com competências diárias; comunidade de fiéis e pároco ou são a vida e a dinamização da Igreja, e a realização e a concretização da Igreja, e isto é sinodalidade, ou então não passamos de uma ONG”, explicou o sacerdote português.

O pároco de Aljubarrota observa que, “muitas vezes”, os próprios cristãos mais comprometidos olham para o “seu ser Igreja como uma realidade a consumir”, mas também os padres, “às vezes”, prestam-se a isso porque se limitam “a prestadores de serviços religiosos num território”, mas “o problema é muito maior do que esse”.

“Ou nós conseguimos ser espaço de sentido, conseguimos ser para as pessoas mais do que instituições ou não somos Igrejas de Jesus Cristo. O nosso tempo mudou muito, as referências das pessoas mudaram muito, até por causa da mobilidade, que não é apenas de espaço, o sentido de pertença. E cada vez mais as pessoas circulam por todos os espaços, por todos os âmbitos, mas nós precisamos de referências”, acrescentou.

Segundo o padre Adelino Guarda, se a paróquia não é uma referência significativa, “se não consegue ser um espaço significativo para todos”, também para o padre que não está fora, nem está acima, está dentro, “não há sinodalidade, mas também não há Igreja”.

Enquanto párocos não podemos esquecer que procuramos tornar a Igreja real, visível e concreta num determinado território e fazermos isso sendo o que somos, ministros da Palavra e dos sacramentos junto a uma comunidade de fiéis. E esta comunidade de fiéis, que vive e que celebra a fé, tem o dever e a obrigação de a transmitir, tem o dever e a obrigação de testemunhar, tem o dever e a obrigação de acolher e de se preocupar com os outros”.

O sacerdote português, nomeado como pároco de São Vicente e de Nossa Senhora dos Prazeres, em Aljubarrota, a 24 de julho de 2017, destaca que esta comunidade deu-lhe “tanta coisa” e, nestes anos, mudaram a sua “maneira de ser, como pessoa, como indivíduo” – “Mudaram-me, poliram-me, tornaram-me mais humano, e como padre, eu acho eu não sou grande coisa, mas tornaram melhor padre” – e estiveram atentos “às dificuldades grandes “ que passou na pandemia.

Mensagem para o dia da Mãe da Comissão Episcopal do Laicado e Família

No primeiro Domingo deste mês de maio celebramos o Dia da Mãe. A todas as Mães levamos o nosso apreço e a nossa gratidão.

Para nós cristãos católicos, o Dom da Maternidade surge do coração de Deus, Ele que é Pai e Mãe, e modelou na Virgem Maria de Nazaré toda a beleza e ternura da Maternidade Divina. Através d’Ela, Deus tornou-se próximo de cada um de nós, fez-se um de nós. Por isso, na maternidade de cada mulher podemo-nos encontrar com a nascente da vida e com o autor da Vida. No Amor de cada Mãe aproximamo-nos de modo eloquente do Amor de Deus por cada um de nós. Não duvidamos que o Amor de Mãe é a mais perfeita metáfora do Amor de Deus.

Celebrar o Dia da Mãe, no mês de maio, mês das flores e do coração, é lembrar Maria, aquela que acolheu sempre as preces de todas as Mães sofridas pelos desgostos da vida – dias de sal – ou exultantes pelas alegrias que ao longo do caminho surgem como flores de Esperança – dias de sol! Todas as Mães têm direito ao apoio de todos. Se tivéssemos que sublinhar o acréscimo de apoio a algumas Mães, evidenciaríamos as mais pobres, as mais sós, aquelas que têm de ser mãe e pai.

Como não admirar as Mães que tiveram de enfrentar todas as dificuldades sem a presença responsável e comprometida dos Pais? Como não valorizar a Mães que por adoção deram vida por filhos não biológicos mas de coração? Como não exaltar a heroicidade das Mães que pela morte de seu cônjuge ou companheiro, enfrentaram na solidão a criação e educação dos seus filhos? Em tempos de Paz frágil ou mesmo de países em guerra, lembramos com intensa solidariedade, todas as Mães em territórios exacerbados de violência, em campos de refugiados, em fugas de emergência, em migração forçada e, pior ainda, em luto por filhos perdidos neste contexto desumano.

Ao celebrarmos os cinquenta anos da “Revolução dos Cravos”, com todas a Mães crentes, agradecemos a Deus, por meio da Mãe de Jesus, pelo Dom da Paz que continuamos a experimentar no nosso País. Que as Mães renovem nos corações valores de respeito, tolerância e Paz, e que nos demostrem pelo seu exemplo e afeto que todos somos filhos, portanto, irmãos. Que prossigam na defesa da dignidade de cada Ser Humano na riqueza das suas diferenças e na diversidade das suas raças, culturas, credos e talentos.

A todas as Mães a nossa renovada gratidão. Pedimos à Mãe das Mães a sua intercessão a fim de as auxiliar na grandeza da sua Missão e para que em todos os filhos desperte a correspondência do reconhecimento e do compromisso no Bem das suas extremosas Mães.

Mês de Maio

MOVIMENTO DA MENSAGEM DE FÁTIMA

PARÓQUIA DA MARINHA GRANDE

“Tu, ao menos, vê de me consolar”

 

Conferências Marianas:  às 21h00

 Dia 03/05

Palestrante: Padre Uelisson dos Santos.

O poder da oração e intercessão: “Orai sem cessar.” Não ofendam mais a Nosso Senhor, que já está muito ofendido.

 

Dia 10/05

Palestrante: Padre Felipe Lopes

A Cruz de Maria e o triunfo do seu Imaculado Coração

 

Dia  14/05

Palestrante: Padre  Jorge  Fernandes   

As virtudes de Maria e dos pastorinhos no caminho de Santidade. Francisco, Jacinta e Lúcia.

 

Dia 24/05

Noite de Oração e Cantata- Padre Patrício Oliveira

    

Recitação do Terço na Paróquia

diariamente ás 18h,com a recitação do Ângelus no início e meditação do dia com o livro nos Passos de Maria.

 

Atividades com a Catequese:

Adoração ao Santíssimo na Paróquia, após a missa das 16.00h

Exposição com início no dia 11/05

  

Peregrinação da imagem  de Nossa Senhora nas famílias.

Mês de Intercessão:

O MMF, está comprometido fazendo oração e sacrifício pelas intenções pedidas durante o mês de maio.