Conselho Pastoral Paroquial
*Ponto prévio para a reflexão, chamo a atenção para algumas discrepâncias que possam ter que ver com decisões e perspetivas diocesanas/paroquiais diferentes da origem do texto.
A natureza do Conselho de Pastoral Paroquial (CPP)
O Conselho Pastoral Paroquial (CPP) é um organismo criado para gerar representatividade e participação na ação evangelizadora de uma ou várias comunidades. Seu objetivo é ser um instrumento de comunhão eclesial, de convergência dos objetivos evangelizadores e lugar para estabelecer uma conexão e diálogo pastoral capaz de irradiar toda a ação evangelizadora na região onde este povo é chamado a evangelizar.
Quem faz parte do CPP?
Presidido pelo pároco/ administrador paroquial, o conselho é formado por fiéis da vida cristã ativa, ou seja, participantes da vida litúrgica e pastoral na Igreja. São evangelizadores das mais diversas atividades pastorais que buscam por meio da unidade com a Igreja local, ser responsáveis e protagonistas do processo evangelizador.
Eles tem como missão, estudar e encontrar soluções para os desafios pastorais da comunidade. Sua atuação está diretamente ligada ao planejamento, desenvolvimento e execução do plano pastoral paroquial.
Um fator importante que deve ser levado em consideração na formação de um conselho pastoral é que seus membros precisam ter algumas características importantes:
Ser uma pessoa evangelizada “De graça recebestes, de graça deveis dar!” (Mt 10,8);
Dar testemunho de fé;
Ter uma mentalidade renovada de comunhão e participação;
Ser uma pessoa responsável e pró-ativa na evangelização;
Estar aberto ao diálogo e a vivência da correção fraterna;
Exercer o serviço de participação gratuitamente;
Estar aberto ao processo formativo doutrinário e catequético;
Ter um espírito missionário;
Ter um coração aberto a vida fraterna e comunitária;
Estar de acordo com a doutrina na Igreja e com os ensinamentos do Papa.
Em relação a escolha dos membros
Na maioria das diocese o CPP é composto de membros em razão de sua função pastoral. Além disso, o pároco pode escolher pessoas específicas para fazerem parte. Seu mandato varia de acordo com as orientações das dioceses/arquidioceses, na sua maioria é de 2anos.
Um bom conselho não surge do nada
Um dos grandes desafios para aqueles que lideram é ter uma equipe capaz de corresponder à altura da missão que foi confiada. Quando pensamos na missão de evangelizar sabemos que tudo é ainda mais exigente. Para aqueles que têm o ministério de pastorear devem ter muito claro que é preciso contar com a graça de Deus que providencia tudo. Porém, também é necessário um olhar empreendedor, capaz de perceber que formar líderes exige um trabalho atento e personalizado sobre os indivíduos.
É muito comum encontrar em uma comunidade paroquial uma diversidade de perfil de pessoas que participam de um CPP. Também é perceptível que, em muitas paróquias, o conselho é o primeiro organismo a sofrer com a ausência de pessoas preparadas para assumir a missão da vivência na gestão da evangelização.
Sabemos que para evangelizar é preciso ter uma forte experiência com Deus. Só podemos promover de forma positiva aquilo que amamos e acreditamos. É muito comum encontrar nos conselhos, pessoas de boa vontade, mas que falta esta experiência de amizade com Deus.
Nas minhas andanças pelas comunidades que prestamos consultoria em planejamento, um dos maiores desafios é este, conscientizar as pessoas que elas precisam ter esta experiência. Afinal, só assim elas vão viver uma vida missionária autêntica.
Na maioria dos casos é preciso ter ações pontuais com os membros do conselho promovendo ou renovando a experiência com Deus. Muitas delas estão feridas e cansadas e já nem sabem ou nunca souberam o porquê de estar no conselho.
É muito comum ouvir nas conversas que faço pelos corredores dos centros pastorais paroquiais as seguintes frases: “só estou aqui porque me convidaram”, “assim que tiver alguém para assumir eu caio fora”, “estou cansada, sou voluntária neste trabalho, as pessoas não querem vir para a Igreja”.
Os objetivos e as atribuições do Conselho de Pastoral Paroquial
Agora que já compreendemos o que é e quem deve fazer parte do Conselho de Pastoral, é preciso entender o seu objetivo e atribuições.
Para iniciar, vale destacar que todo Conselho de Pastoral, é presidido pelo pároco e tem caráter consultivo. O mesmo é regido pelas normas estabelecidas pelo bispo diocesano (Cân 536,§ 2).
Um papel fundamental do CPP é pensar toda a ação evangelizadora e pastoral da comunidade. É este grupo de pessoas os responsáveis por viabilizar o desenvolvimento e a execução de todos os projetos.
Veja a seguir algumas atividades que são de responsabilidade do conselho:
Envolver e organizar os fiéis na vivência evangelizadora da Igreja;
Incentivar e promover a vivência dos que se dispõem a exercer alguma atividade ministerial;
Organizar, zelar e motivar a vivência litúrgica na comunidade paroquial;
Promover e organizar a devoção em honra aos padroeiros;
Zelar pela vivência da comunhão de bens por meio do dízimo e de outras ações que geram a captação de recursos financeiros, conduzindo estas com espírito cristão;
Ser protagonista, na reflexão e na definição, do uso dos recursos materiais disponíveis, estudando e propondo prioridades;
Propor, analisar e aprovar projetos de construção, reforma, compra, vendas e outros;
Executar e avaliar as prioridades pastorais, fazendo crescer o número de pessoas engajadas na vida da Igreja;
Planejar, executar e avaliar as assembleias paroquiais;
Desenvolver o plano pastoral paroquial em conformidade com o plano diocesano;
Dar testemunho da vivência fraterna atualizando a vivência dos primeiros cristãos;
Fortalecer a vivência da Pastoral de Conjunto;
Por estes motivos, e tantos outros que poderíamos listar, a escolha de alguém que seja representante do nosso serviço/movimento/grupo, é um momento importante e que não deve ser tomado de animo leve, é uma responsabilidade que deve ser assumida com espírito missionário.