No dia 28 de agosto próximo, celebra-se a festa de Santo Agostinho, padroeiro igualmente principal da Diocese de Leiria-Fátima, juntamente com Nossa Senhora de Fátima. A celebração da Missa, presidida pelo bispo Diocesano, D. José Ornelas, terá lugar na igreja de Santo Agostinho, às 21h00.
São convidados a participar nesta celebração todas as pessoas que desejem honrar este santo padroeiro da Diocese e, de modo especial, os mais empenhados na vida desta Igreja local de Leiria-Fátima: sacerdotes, religiosos e religiosas e os leigos que colaboram na ação apostólica, particularmente os ligados a serviços e conselhos diocesanos, a movimentos e associações.
Dois padroeiros
Santo Agostinho foi adotado como padroeiro, em 1918, aquando da restauração da Diocese. Esta escolha radicava, certamente, no facto de Leiria ter sido, do século XII ao ano de 1545, uma vigararia do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, da Ordem de Santo Agostinho. Correspondendo ao pedido do bispo da Diocese, motivado pelo significado das aparições de Fátima, o Papa João XXIII, em documento de 13 de dezembro de 1962, deu à Igreja diocesana de Leiria dois padroeiros principais: manteve o anterior, Santo Agostinho, e acrescentou Nossa Senhora de Fátima. Em 1984, a Diocese passou a chamar-se de Leiria-Fátima.
Nota biográfica
Santo Agostinho nasceu a 13 de novembro de 354, em Tagaste, actual Sukh-Ahras, na Argélia, norte de África. Os pais, Patrício e Mónica, intuindo o génio do filho, não se pouparam a esforços na sua educação. Depois dos primeiros estudos na cidade natal, enviaram-no para Madaura, centro intelectual da região, e de lá para Cartago – cidade que o deslumbrou – onde estudou retórica. Aqui descobriu a filosofia, aderiu à seita dos Maniqueus e apaixonou-se por uma jovem, com quem teve um filho de nome Adeodato.
Em busca de maior seriedade e fama mas também com uma imensa inquietação na alma, partiu para Roma. Não contente com o ambiente ali encontrado e desiludido com os maniqueus, candidatou-se a professor de retórica em Milão. Nesta cidade recebeu a visita da sua mãe, que o ajudou a clarificar ideias. Na sua procura incansável e por sugestão do bispo Santo Ambrósio, pôs-se a ler a Bíblia. O encontro com os textos sagrados fez mudar a sua vida. Tinha 32 anos.
Na Vigília Pascal, de 24 para 25 de abril do ano 387, foi batizado juntamente com o filho e o seu amigo Alípio. De regresso a África, vendeu o que tinha e deu-o aos pobres, ficando apenas com uma casa que transformou em mosteiro. Nascia assim a regra de vida para os servos de Deus. Já sacerdote e bispo em Hipona, hoje Annaba, na atual Argélia, manter-se-ia fiel a esse estilo de vida.
Até à sua morte, a 28 de agosto do ano 430, entre as múltiplas ocupações de pastor, escreveu ou ditou mais de uma centena de livros. De Santo Agostinho, pelo seu itinerário espiritual e intelectual, disse João Paulo II, todos na Igreja e no Ocidente nos sentimos discípulos e filhos.