No dia da Visão um grupo de crianças que se preparam para receber a primeira comunhão tiveram um pequenino encontro, com alguns testemunhos. Partilhamos aqui o testemunho da Anabela Pinto, MEC - Ministra Extraordinária da Comunhão:
Hoje, neste dia tão especial para a nossa paróquia, em que refletimos sobre a nossa missão e visão enquanto comunidade de fé, gostaria de partilhar convosco a minha experiência como ministro extraordinário da comunhão. Este ministério, no qual tenho o privilégio de servir, não é apenas uma tarefa ou uma responsabilidade, mas uma verdadeira expressão do amor de Deus na minha vida e na vida da nossa comunidade.
Ser ministro da comunhão é, antes de mais, um ato de fé. É estar ao serviço do Senhor e dos irmãos, ajudando na distribuição do Corpo e Sangue de Cristo durante a Eucaristia, que é o ponto central da nossa fé católica. Mais do que apenas "dar" a comunhão, é estar consciente de que estamos a ser instrumentos de Deus, levando Cristo vivo até ao coração de cada fiel. Cada vez que entrego a hóstia, sei que estou a participar de algo profundamente sagrado e transformador. Este ministério, tão humilde e simples, carrega em si uma grandeza espiritual que não consigo descrever plenamente.
O que me levou a ser ministro da comunhão?
Foram muitos os motivos que me trouxeram até aqui. Em primeiro lugar, a minha fé pessoal. Ao longo do tempo, fui percebendo que Deus me chamava para uma participação mais ativa na Igreja. Sentia o desejo de não ser apenas alguém que "recebe", mas também alguém que se entrega, que partilha. Esse desejo foi crescendo em mim e encontrei no ministério da comunhão uma forma concreta de expressar a minha fé de maneira ativa, motivo pelo qual aceitei quando o pároco me fez o convite
Depois, há a comunidade. Nós, enquanto Igreja, somos um corpo. E como parte desse corpo, somos chamados a cuidar uns dos outros. Tornar-me ministro da comunhão foi também uma resposta a esse chamado de cuidar, de estar presente para os outros, de servir. Quando levamos a Eucaristia aos doentes ou a quem não pode estar fisicamente presente nas celebrações, vemos o quanto isso significa para eles. A comunhão não é apenas uma partilha de fé, mas também uma partilha de presença, de consolo e de esperança.
E por isso, considero este ministério um verdadeiro privilégio. Poder ajudar a distribuir o Corpo e Sangue de Cristo é algo que me enche de humildade e gratidão.
Não porque eu seja especial ou merecedor, mas porque Deus, em Sua infinita bondade, confia em nós, leigos, para sermos canais da Sua graça. Cada vez que estou ali, na fila da comunhão, e digo "o Corpo de Cristo", vejo nos olhos das pessoas uma fé que me toca profundamente. Sinto que estou a ajudar a alimentar espiritualmente a nossa comunidade, e isso é uma alegria sem igual.
Ser ministro da comunhão é, acima de tudo, serviço ao próximo. Num mundo onde muitas vezes impera o egoísmo e a indiferença, o ministério da comunhão é um testemunho de que a fé nos chama a algo maior: a amar e a servir, tal como Jesus fez.
Quando levamos a comunhão a alguém que está doente ou em sofrimento, levamos também a presença de Cristo, o consolo de que Ele está connosco em todas as circunstâncias da vida.
Mas, além de tudo isso, ser ministro da comunhão é uma oportunidade de crescimento espiritual. A cada celebração, a cada encontro com os irmãos, sinto que a minha própria fé é renovada. A Eucaristia não é apenas alimento para quem a recebe, mas também para quem a distribui. Sinto-me profundamente abençoado por poder viver essa experiência e por poder partilhá-la com a nossa comunidade.
Hoje, convido-vos a refletir sobre o vosso próprio papel na Igreja. Talvez Deus esteja também a chamar-vos para um serviço, para um ministério. Talvez sintam esse desejo de contribuir, de participar mais ativamente na vida da nossa paróquia. Se for o caso, encorajo-vos a responder a esse chamado com confiança e alegria. Ser parte ativa na Igreja não só transforma as nossas vidas, mas também fortalece a nossa comunidade.
Quero terminar agradecendo a todos os que, de alguma forma, contribuem para a vivência da nossa fé em comunidade. Seja como ministros, catequistas, membros do grupo de canto ou em outros serviços. Cada um de nós, com os seus dons e talentos, é essencial para a missão que Deus nos confiou,
Que o Senhor continue a abençoar a nossa paróquia, a nossa caminhada de fé e cada um de nós. E que possamos sempre encontrar na Eucaristia a força e a inspiração para sermos uma Igreja viva, em missão e ao serviço dos nossos irmãos.