Quarta – Feira de Cinzas

 A Igreja Católica inicia com a Quarta-feira de Cinzas, o tempo litúrgico da Quaresma no qual, durante 40 dias e através da vivência do jejum, da oração e da esmola, somos chamados a prepararmo-nos para a Semana Santa em que se atualizam os mistérios da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus.

Neste tempo, somos chamados à conversão pessoal, exortação que durante a imposição das Cinzas o celebrante expressa com as palavras: “Convertei-vos e acreditai no Evangelho”. Do mesmo modo, com a expressão “Lembra-te de que és pó e ao pó hás-de voltar”, recorda-se a fragilidade da vida humana e que a morte é um destino inevitável.

Na Roma antiga, os fiéis começavam com uma penitência pública o primeiro dia de Quaresma no qual eram salpicados com cinzas. Atualmente os fiéis são marcados com uma cruz na testa com as cinzas obtidas ao queimar os ramos usados e benzidos no domingo de Ramos do ano anterior.

O Papa Francisco na sua mensagem para a quaresma diz-nos: “ Realmente, neste tempo litúrgico, o Senhor toma-nos consigo e conduz-nos à parte. Embora os nossos compromissos ordinários nos peçam para permanecer nos lugares habituais, transcorrendo uma vida quotidiana frequentemente repetitiva e por vezes enfadonha, na Quaresma somos convidados a subir «a um alto monte» juntamente com Jesus, para viver com o Povo santo de Deus uma particular experiência de ascese.

A ascese quaresmal é um empenho, sempre animado pela graça, no sentido de superar as nossas faltas de fé e as resistências em seguir Jesus pelo caminho da cruz.”. Um caminho para nos tornarmos pessoas melhores e que buscam o bem no seu dia-a-dia.

 

Oração, penitência e caridade: as três práticas quaresmais

 

A oração é uma condição indispensável para o encontro com Deus. Na oração, o cristão entra em diálogo íntimo com o Senhor, deixa que a graça entre no seu coração e, como Maria, abre-se para a oração do Espírito cooperando com ela na sua resposta livre e generosa (ver Lc 1,38).

A penitência realiza-se quotidianamente e sem a necessidade de fazer grandes sacrifícios. Com ela, são oferecidos a Cristo aqueles momentos que originam desânimo no passar do dia e se aceita com humildade, gozo e alegria, todas as adversidades que vamos vivendo.

Da mesma forma, a caridade é um saber renunciar a certas coisas legítimas que nos ajuda a viver o desapego e desprendimento diante das coisas deste mundo.

Sobre esta prática, São João Paulo II explica que este chamamento a dar “está enraizado no mais profundo do coração humano: toda a pessoa sente o desejo de colocar-se em contato com os outros e realiza-se plenamente quando se dá livremente aos outros”.

 

A Quaresma começa com a Quarta-feira de Cinzas e termina na Quinta-feira Santa

 

Na Quarta-feira de Cinzas começam os 40 dias de preparação para a Páscoa. A Quaresma termina na Quinta-feira Santa. Nesse dia, a Igreja recorda a Última Ceia do Senhor, quando Jesus de Nazaré compartilhou a refeição pela última vez com seus apóstolos antes de ser crucificado na Sexta-feira Santa.

 Os 40 dias da Quaresma representam o mesmo número de dias que Jesus passou no deserto antes de começar sua vida pública, os quarenta dias do dilúvio, os quarenta dias da marcha do povo judeu pelo deserto, os quarenta dias de Moisés e Elias na montanha.

Na Quaresma, a cor litúrgica é o roxo

 

A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e penitência. É um tempo de reflexão, penitência, conversão espiritual; tempo para preparar o mistério pascal.