CONVERSÃO PASTORAL DA DIOCESE DE LEIRIA – FÁTIMA, REFLEXÃO PAROQUIAL

No próximo dia 13 de Abril, a nossa paróquia acolherá a Assembleia Vicarial com o nosso Bispo, será na capela de Picassinos, nos moldes da Assembleia Vicarial Sinodal.
Somos todos, todos, todos, chamados a rezar e refletir a situação actual e a necessidade de ajustar as nossas estruturas e a organização pastoral, sejam os recursos humanos, seja geografia das paróquias.

Num mudo em transformação precisamos colocar todos os recursos ao serviço do mais importante: a missão da Igreja.

Em ordem a preparar esse encontro, é importante que estejamos familiarizados com a questão, para que o encontro seja verdadeiramente uma partilha de soluções e novas perspectivas.

O seguinte documento ajudará a preparar esse momento.

 Da Carta Pastoral do nosso bispo,
para o triénio 2023-2026
Pelo Baptismo somos Igreja Viva e Peregrina”:

         “A atitude sinodal de comunhão, participação e missão deve marcar o nosso modo de estar na Igreja.(...) Nos processos de discernimento da vontade de Deus, seguiremos o mesmo caminho: abertura ao Espírito, escuta recíproca, participação, oração, discernimento pessoal e comunitário que envolva as estruturas diocesanas, as comunidades de Vida consagrada, os movimentos e os grupos de vida e ação. (...) 

         (...) Este modo comunitário de partilhar responsabilidades ajuda a criar a mentalidade de serviço e de participação na vida da comunidade e na sua missão.

Por isso, numa Igreja sinodal, nenhuma comunidade vive isolada, mas é sempre parte de uma comunhão aberta e alargada à Diocese, a toda a Igreja, ao mundo. (...) Por isso a transformação sinodal deve privilegiar a coordenação entre as várias paroquias, tanto entre presbíteros que a elas presidem como entre os responsáveis de ministérios laicais e outros serviços.

         (...) Este tipo de coordenação e de sinergia (cooperação, ação conjunta) pastoral deve ser aprofundado e entendido através da criação de “Unidades Pastorais” como prevê o Plano Pastoral para o triénio.”

Podemos definir as Unidades Pastorais como determinadas comunidades paroquiais próximas, com certa semelhança e afinidade que, em sinal de comunhão, realizam uma atividade pastoral de missão com pluralidade e diversidade de ministérios, vocações, carismas e funções, confiadas pelo bispo a um presbítero ou equipa de presbíteros, capazes de promover fraternidades sacerdotais ou equipas de vida apostólica, constituindo uma comunidade missionaria eficaz, permitindo uma melhor distribuição de recursos humanos e materiais, uma maior participação e cooperação, uma melhor coordenação missionária e pastoral em ordem a otimizar o anúncio do Evangelho e a construção do Reino de Deus.

Para debate e reflexão:

1. A vida e missão confiada por Jesus á Igreja é essencialmente centrada em três polos – Evangelização, criação de discípulos missionários e serviço – que se concretizam na vida das comunidades paroquiais no anúncio do Evangelho (Ensino/Catequese) na celebração dos sacramentos (Liturgia) e no apoio/assistência às famílias e irmãos mais carenciados (Caridade).

Na nossa paróquia, movimento, serviço como vivemos esta tríplice dimensão do ser cristão, ser Igreja? No presente da vida paroquial quais são os pontos fortes e fracos que encontramos? Que desafios / sugestões se apresentam como necessários para levar por diante a missão que Deus nos confiou: Evangelizar, “fazer discípulos missionários”, celebrar a fé e exercer a caridade?

 

2. Se a falta de padres é uma realidade dos nossos tempos não deve ser a única razão que aponte para a conversão da nossa Igreja Diocesana e para a criação de Unidades Pastorais. A redescoberta de uma responsabilidade coletiva e partilhada na pastoral, em que a vocação baptismal dos leigos (ministérios laicais) é um objetivo a ter em vista, levará a uma pastoral ordenada e sinodal, de conjunto e colaboração entre sacerdotes, consagrados e leigos para um determinado território.

Esta estrutura/ambiente pastoral implica uma conversão de mentalidades nos agentes pastorais e nas próprias comunidades cristãs. É preciso que não se entenda esta mudança ou conversão como uma ameaça ou uma perda de supostos privilégios, mas uma oportunidade de renovação missionária e de enriquecimento da vida comunitária pela participação proactiva de todos os batizados com a sua diversidade de carismas.

A nossa paróquia tem características para, em conjunto com outras paróquias (desta ou de outra vigararia), constituir uma Unidade Pastoral? Há afinidade geográfica, social, cultural e religiosa e dinamismos e oportunidades pastorais com que paróquias? Porquê com estas paróquias?

 

3. Não podemos fazer a renovação / conversão da nossa Paróquia e Diocese sozinhos porque nenhuma pessoa ou comunidade tem em si a totalidade dos dons e carismas que possam isoladamente levar por diante o anúncio do Reino de Deus.

Estamos numa época de mudanças, de transição em que Deus nos pede discernimento (apreciação) da realidade em que vivemos pessoal e comunitariamente a fé. Como nos é dito no Concilio Vaticano II estar atentos aos “sinais dos tempos” e perceber, iluminados pelo Espírito Santo, aqueles que são os caminhos que Deus nos pede que percorramos para o hoje da Igreja!

Nenhuma organização eclesial muda por si mesma, mas pela conversão pessoal, espiritual, pastoral e missionária e assumindo a atitude de sinodalidade.

Estamos dispostos a aderir e participar neste caminho de conversão e renovação da nossa paroquia e diocese, pessoal e comunitariamente? Como? Que dificuldades pressente que possam dificultar a concretização deste processo?